Água Residual

O sistema de Água Residual desenvolve-se numa área retangular, de cerca de 104 km2, e tem como objeto a recolha, transporte, tratamento e descarga final das águas residuais urbanas, industriais e salinas produzidas na área de influência da concessão.

 

A este sistema afluem diferentes tipologias de água residual, de acordo com a sua origem:

 

  • Água Residual Urbana (ARU), proveniente da freguesia de Santo André e de parte da cidade de Sines;
  • Água Residual Industrial (ARI), proveniente das empresas instaladas na ZILS;
  • Água Residual Salina (ARS), proveniente do sistema de desmineralização e de purgas das torres de refrigeração das unidades de produção das empresas Petrogal, e Repsol, Artlant e Air Liquide, estabelecidas na ZILS;
  • Água Residual Lixiviada proveniente de Aterros de Resíduos Sólidos Urbanos; e,
  • Água Residual proveniente de fossas sépticas de clientes pontuais.

 

O sistema é, em linhas gerais, constituído por:

 

  • 1 rede de drenagem, com vários emissários, que, na sua totalidade, apresentam uma extensão de cerca de 62 km;
  • 11 estações elevatórias;
  • 1 estação para injeção de oxigénio;
  • 2 bacias de retenção com capacidade para 5.000 m3 e 7.000 m3;
  • 1 Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR); e,
  • 1 emissário submarino com 2,4 km.

 

Uma das principais componentes do sistema de Água Residual é a ETAR de Ribeira dos Moinhos, que se localiza na margem direita da Ribeira dos Moinhos, a norte da cidade de Sines.

 

Esta ETAR foi concebida tendo em vista o tratamento das águas residuais industriais da ZILS em conjunto com as águas residuais urbanas de Sines, da Cidade de Vila Nova de Santo André e, eventualmente, de Santiago do Cacém.

 

Atualmente, para além da água residual industrial, é recebida a água residual urbana da cidade de Vila Nova de Santo André, da cidade de Santiago do Cacém e parte da água residual da cidade de Sines.

 

A ETAR, que ocupa uma área de cerca de 9,2 ha, no seu projeto inicial, foi dimensionada para um caudal de 2 m3/s, tendo sido executada apenas a primeira fase, para um caudal nominal de 0,5 m3/s e para uma população equivalente de 360 000 habitantes-equivalentes. Entrou em funcionamento em 1981 e trata, atualmente, em média, cerca de 0,25 m3/s.

 

O processo de tratamento utilizado é o de lamas ativadas por arejamento convencional (em média carga), cuja linha processual é constituída por:

 

Tratamento da fase líquida

 

Tratamento preliminar


  • gradagem de limpeza mecânica no canal principal, e gradagem de limpeza manual no canal de bypass;
  • remoção de areias em desarenador de entrada tangencial, sendo estas enviadas posteriormente para um classificador de areias;
  • remoção de sólidos finos e/ou fibrosos em tamisador;
  • remoção de óleos e gorduras por flotação com insuflação de ar;
  • desidratação de óleos e gorduras em centrífuga; e,
  • homogeneização do efluente.

 

Tratamento primário


  • decantação primária em dois órgãos de planta circular equipados com pontes raspadoras de superfície e de fundo; e,
  • condução gravítica das lamas primárias para poço de lamas mistas (Poço W).

 

Tratamento secundário


  • tratamento biológico por lamas ativadas em regime de média carga, em dois reatores, cada um equipado com 12 arejadores de superfície;
  • decantação secundária em dois órgãos de planta circular equipados com pontes raspadoras de fundo;
  • recirculação de lamas biológicas para montante do tanque de arejamento; e,
  • elevação das lamas biológicas em excesso para poço de lamas mistas (Poço W).

 

Tratamento da fase sólida

 

  • homogeneização das lamas mistas em reservatório;
  • flotação das lamas mistas em órgão retangular com injeção de ar dissolvido;
  • espessamento gravítico em órgão equipado com ponte raspadora (opcional);
  • encaminhamento das escorrências da flotação para tanque de homogeneização;
  • encaminhamento do sobrenadante do espessador para montante do tanque de remoção de óleos e gorduras ou para tanque de homogeneização;
  • armazenamento das lamas flotadas em reservatório;
  • elevação de lamas flotadas armazenadas para a desidratação de lamas;
  • desidratação das lamas flotadas ou espessadas em centrífuga, com adição de polímero; e,
  • encaminhamento das escorrências à obra de entrada (EE de escorrências).

 

As águas residuais tratadas, na ETAR da Ribeira de Moinhos, são lançadas, por gravidade, no mar, através de um emissário submarino com 2480 m de extensão e a uma profundidade máxima de 40 m. O efluente é descarregado através de uma série de difusores, situados ao longo de um troço com 240 m, na extremidade do emissário.

 

Este emissário, em funcionamento desde 1976, representa um complemento do tratamento efetuado na ETAR.